A procrastinação, também conhecida como o ato de adiar tarefas, é um comportamento comum que afeta negativamente a nossa produtividade e pode levar a consequências prejudiciais à saúde mental. Originada do latim procrastinare, que combina o prefixo pro (encaminhar) e crastinus (amanhã), a palavra foi publicada pela primeira vez por volta de 1548. No entanto, essa prática ganhou destaque com a ascensão da tecnologia.
Diferente da preguiça, a procrastinação reflete a diferença entre a intenção de trabalhar e a realização efetiva das atividades. Os procrastinadores têm uma intenção maior de trabalhar, mas apenas no início do processo.
Contrariando a crença popular de que procrastinadores prosperam sob pressão, estudos mostram que eles enfrentam estresse, culpa, baixa autoestima e arrependimento. Além disso, a procrastinação pode levar a crises financeiras e de saúde, sendo considerada uma preocupação de saúde pública. Motivos para esse comportamento incluem a busca pela perfeição, medo do fracasso, autossabotagem e a valorização do presente em detrimento do futuro.
Redes Sociais e a Procrastinação
As redes sociais oferecem uma fonte constante e variada de estímulos visuais e informações, ativando áreas cerebrais associadas à recompensa e prazer. O mecanismo de “scroll” contínuo proporciona uma série de estímulos rápidos e frequentes, gerando uma sensação de gratificação imediata. Essa dinâmica cria uma resposta positiva no cérebro, estimulando a liberação de dopamina, neurotransmissor associado ao prazer e à motivação. Em contrapartida, atividades como estudo ou trabalho podem demandar esforço prolongado antes de proporcionar recompensas percebidas. Para compreender os efeitos do abuso das redes sociais e saber como reduzir esse uso, clique aqui.
Diante desse cenário, as pessoas muitas vezes são atraídas para as redes sociais, buscando uma gratificação instantânea em detrimento de atividades mais desafiadoras, como estudo ou trabalho, que oferecem recompensas a longo prazo. Esse ciclo, embora inicialmente gratificante, pode contribuir para padrões de comportamento procrastinador e impactar negativamente a produtividade e o bem-estar geral.
A psicologia, ao analisar a procrastinação, destaca a importância de entender as motivações subjacentes. A terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, pode ajudar a identificar padrões de pensamento disfuncionais que alimentam a procrastinação. Ao trabalhar na modificação desses padrões, os indivíduos podem aprender a lidar com o medo do fracasso e a autossabotagem.
A terapia também oferece estratégias práticas para combater a procrastinação. Técnicas de gerenciamento de tempo, definição de metas realistas e reestruturação cognitiva são abordagens comuns. Além disso, a psicologia encoraja a reflexão sobre as recompensas a longo prazo versus as gratificações instantâneas, buscando reequilibrar a valorização do presente e do futuro.
Ao buscar ajuda psicológica, os indivíduos procrastinadores podem explorar a origem de seus comportamentos adiados e trabalhar na construção de estratégias personalizadas para superar esse padrão. A psicologia se destaca como uma aliada poderosa na jornada de libertação da procrastinação, promovendo uma mudança significativa na saúde mental e na produtividade.
Dicas Práticas para Parar de Procrastinar
O pesquisador Neil Fiore, autor do livro The Now Habit, sugere 5 passos para parar de procrastinar:
1– Aprenda a dizer não. Assumir algo mesmo com sinais que não vai ser cumprido, é pior que ser verdadeiro e revelar suas limitações desde o início.
2 – Resolva já. Sabe aqueles pensamentos “deveria estar trabalhando, sou um preguiçoso”, a procrastinação se alimenta desses pensamentos. Melhor cortar esses pensamentos e iniciar a tarefa imediatamente, ao menos tente.
3 – Concentre-se. Quando se desconcentrar, evite lutar contra si próprio. Se escapou da tarefa, reconheça o fato e retome o trabalho. Desabilite as notificações de Whatsapp e Facebook do celular. Quando tiver concluído uma meta, pare para dar uma espiadinha.
4 – Veja o lado bom. Mesmo tarefas chatas têm seu lado divertido. Lavar a louça, por exemplo, envolve brincar com a água. Concentre-se na parte legal e vai ficar mais fácil encará-la. Ou quando possível, acrescente um estimulo positivo, como escutar música e cantar.
5 – Não tenha medo de errar. Muitos procrastinam porque exigem tanto de si próprios numa tarefa que acabam com medo de enfrentá-la. O melhor é ter consciência de suas limitações e habilidades para o trabalho.